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Turismo: Como (Re)conquistar a confiança?

Artigo de Opinião, pela Professora Doutora Elvira Vieira, Diretora-Geral do ISAG-EBS, publicado na Publituris

No artigo de opinião "Como (re)conquistar a confiança?", publicado na Publituris, a Professora Doutora Elvira Vieira, Diretora-Geral do ISAG-EBS, examina os impactos provocados no setor do turismo pela pandemia que paralisou o mundo.

Levanta grande e justificada preocupação o momento difícil que o setor do Turismo atravessa com a pandemia do Covid-19. O World Travel & Tourism Council avança que, na União Europeia, podem perder-se 6 milhões de postos de trabalho na área das viagens e turismo e que, a nível mundial, esse número possa chegar aos 75 milhões. Por cá, é um estudo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal a avançar que 80% das empresas estima uma faturação nula nos meses de abril e maio.

Nesta altura, torna-se ainda mais difícil encarar os números que nos vão chegando e a realidade que vamos vivendo quando, há poucos meses, este setor apresentava uma taxa de crescimento assinalável em Portugal. Entre as múltiplas preocupações que resultam da pandemia que paralisou o mundo (a perda de empregos, o fecho de estabelecimentos e as sérias dificuldades financeiras das empresas), surge também o momento de pensar o futuro e a necessária recuperação do setor.

Para além das medidas governamentais que estão a ser estudadas e implementadas, é importante refletir sobre a forma de (re)conquistar a confiança de turistas e consumidores nacionais e estrangeiros no tão aguardado cenário da pós-pandemia. Esse trabalho deve, na verdade, começar a ser feito desde já para garantir resultados futuros, quando todos pudermos voltar a sair de casa.

A primeira de todas as ações para estabelecer confiança com atuais e futuros consumidores passa por estar disponível para esclarecer e informar, difundindo mensagens claras sobre as medidas de segurança e higiene implementadas em cada empresa ou estabelecimento. Em qualquer setor, esta tem-se mostrado uma atitude muito válida para tranquilizar quer clientes quer funcionários, transmitindo-lhes segurança e calma. Dois sentimentos passados também por campanhas como ¿#CantSkipHope¿ e ¿Azores is taking a break¿, através das quais o Turismo de Portugal e o Turismo dos Açores, respetivamente, reforçaram uma mensagem forte: é preciso parar agora para poder voltar o quanto antes.

Outra ação a ter em conta é o convite ao adiamento e não cancelamento das férias ou marcações já feitas (como acontece na campanha ¿Lembra-te de mim¿Algarve¿, concretizada pelo Turismo do Algarve), facilitando as condições para que essa alteração seja possível, tal como fizeram as companhias aéreas. Neste ¿convite para depois¿, diversos restaurantes sugerem aos clientes que comprem vouchers para desfrutar de uma refeição quando a pandemia assim permitir, contribuindo desta forma para manter rendimentos neste tipo de estabelecimentos.
As boas práticas seguem também com a adaptação de serviços aos tempos de isolamento que vivemos, desde a vertente mais prática (como a reconversão dos restaurantes em take away) à mais solidária, com diversos hotéis a disponibilizarem quartos aos profissionais de saúde.

Por último, este momento de paragem forçada poderá ser visto, por profissionais e empresas que possam fazer esse ¿investimento¿, como o momento para capacitarem os seus recursos humanos, com formações e cursos (que por esta altura proliferam, alguns até sem custos) que contribuam para a sua especialização.

Em todos os casos aqui elencados é inegável a força dos meios tecnológicos e digitais como um forte aliado de divulgação, essencial na tarefa de (re)lembrar ao país e ao mundo o melhor que Portugal tem para oferecer, em toda a sua diversidade e qualidade. Assim começará a restabelecer-se a confiança necessária para que, no futuro, seja possível uma retoma no consumo, que será gradual, face à crise económica expectável, mas determinante para iniciar a recuperação do setor do turismo.