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"ANTES, DURANTE E DEPOIS: Uma lição sobre a valorização de saberes" por Professora Doutora Cristina Mocetão

Artigo de Opinião

Professora Doutora Cristina Mocetão fala-nos sobre 'ANTES, DURANTE E DEPOIS: Uma lição sobre a valorização de saberes', no seu artigo de opinião publicado no semanário Vida Económica.

'O ISAG - European Business School recebeu no dia 16 de Outubro na abertura dos programas graduados e executivos, o Administrador e Presidente Executivo da GlobalDis - Distribuição Global que integra o grupo Vicaima, Francisco de Brito Evangelista que nos presenteou com uma lição de partilha sobre as atitudes e escolhas de valorização de saberes. 
Após uma breve apresentação do seu percurso profissional (Gestor com diversas funções em grupos empresariais como a Salvador Caetano, o Grupo Amorim, a Sonae Indústria, a Family Office de Manuel Champalimaud e a capital de risco ECS Capital; assumindo ainda responsabilidades em empresas nacionais e internacionais e tendo integrado, durante vários anos, a comissão executiva da Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial) para além de uma referência às comuns hesitações em termos vocacionais, nomeadamente quando se é jovem, o orador referiu que a decisão de frequentar um curso de formação executivo ou MBA Executivo "muda a nossa vida". 

Enquanto licenciado em Psicologia a exercer funções no domínio empresarial, Francisco de Brito desabafa ter tido necessidade em adquirir outros e novos saberes por falta de preparação académica e, sobretudo, pelas exigências que a empresa (uma multinacional) solicitava. Relembra a época (início da década de 1990) em que as empresas portuguesas viviam um movimento de forte aceleração, de desafios e de crescimento, sem esquecer de referenciar que as empresas desejavam "novas competências" que não estavam presentes no mercado. 

Reconhece ainda que essa noção de que a economia portuguesa estava em profunda aceleração impulsionou a sua vontade em frequentar um curso de formação executiva visando enriquecer as suas competências. Evidencia na arquitetura de um curso de formação executiva e/ou MBA executivo um valor acrescentado ao referir um conjunto de competências necessárias e experienciadas durante o curso, a destacar: saber trabalhar bem em equipa; reconhecer a importância da noção do consenso e da gestão dos conflitos, da cumplicidade, do companheirismo, da partilha de responsabilidades, do gosto pela aprendizagem permanente; do saber analisar e tratar bem a informação, entre muitos outros aspetos. 

Considera que a diversidade das unidades curriculares que compõem os diferentes cursos formativos executivos proporciona aos (futuros) executivos uma visão holística do mundo do negócio e das empresas. Acrescenta que, no término do curso, a assimilação de toda a aprendizagem de saberes transversais constitui uma mais-valia nomeadamente na injeção de autoconfiança e responsabilidade. Para além dessas competências indispensáveis na formação de um executivo, Francisco de Brito assinala outras características relevantes face às exigências do trabalho atual como a disponibilidade, o entusiasmo e o respeito pelos seus pares e pelo meio envolvente.

Francisco de Brito referiu ainda que as empresas são entidades complexas devendo estas incentivar os seus colaboradores a enriquecer os conhecimentos e as competências e serem capazes de estabelecer as pontes ao trazer as inovações para dentro das organizações/empresas. Enaltece a importância do Interface entre a academia e a empresa embora perceciona ser pouco acarinhada por algumas empresas. Preconiza ainda a ação de servir a comunidade e do saber fazer uso do networking "tornando-nos melhores pessoas e melhores profissionais".

Em suma, conseguimos compreender que as mudanças sociais, económicas e organizacionais obrigam a mudanças de atitudes e comportamentos. No contexto da valorização de competências gerais ressaltou a importância da formação que valorize formalmente o conhecimento adquirido dos indivíduos.

É opinião consensual de que um dos suportes essenciais do desenvolvimento de competências-chave nos jovens promissores de formação graduada e executiva é a partilha articulada de conhecimento entre a academia e as empresas/organizações.

O desafio na preparação de executivos está em desenvolver indivíduos para desempenhar papéis seja num cenário de gestor/executor seja num cenário de líder tendo sempre como pressuposto a importância do capital humano na geração de valor para as empresas.

Fica assim bem evidenciado que se torna necessário, seja qual for a área profissional, apostar permanentemente na reinvenção da relação estratégica que estabelecemos com os conhecimentos, as capacidades, os valores e as atitudes. São desafios estruturantes, continuados e permanentes à qualidade de vida e a valorização pessoal de cada um. 

Isso significa, na verdade, estar permanentemente atento às competências pessoais, interpessoais e sociais. É a vontade e a capacidade de aprender e continuar a aprender ao longo da vida não somente os atributos pessoais, alguns aqui evidenciados por Francisco de Brito, como a autodisciplina, a priorização, a automotivação, a tenacidade e determinação e a autoconfiança, mas também a capacidade para cooperar e trabalhar em equipa, a criatividade e a busca da qualidade. E tudo isto num espírito que estimule a atitude pessoal de procura da excelência ao serviço do outro. Como diria Cora Carolina: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."'

- in Semanário Vida Económica, 3 de novembro de 2017