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Redesenhando o Território, por Professora Susana Mesquita

Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica

Nos últimos tempos, temos assistido ao aparecimento de novos espaços turísticos. A cidade vai-se redesenhando aos olhos de quem a visita.
Perante esta realidade, e sob esta ocupação veloz do território, as alterações do espaço urbano são inevitáveis.
As cidades equipam-se com um grande número de estruturas turísticas, modificando, aos poucos, a organização e o ordenamento do território: nos espaços em que habitualmente se encontravam edifícios degradados, encontramos, hoje, hotéis de categoria superior, alojamentos locais, restaurantes, cafés, empresas de animação, entre outros.
Perante estas alterações dos espaços, é importante fazermos uma reflexão acerca do caminho que o turismo deve seguir. 
Desde sempre, o território aparece como sendo um elemento estrutural da oferta de produtos turísticos únicos, marcas de identidade. Independentemente da forma como olhamos o território, existe a opinião generalizada de que este deve adaptar-se a novos desafios e a diferentes formas de visualizar e consumir o espaço. Os turistas, exigentes e informados, querem, cada vez mais, incorporar os locais e aproximar-se da população. É neste contexto que importa pensar na oferta de animação e experiência turísticas, como uma forma de potenciar os destinos, aumentando a sua competitividade e a permanência média dos turistas na região. Através da criação de experiências, os territórios proporcionam prazer e momentos memoráveis. Os novos territórios turísticos, para além do que é tradicionalmente apresentado como oferta turística (alojamento, restauração, monumentos...), aparecem, hoje, compostos por uma amálgama de vivências subtis, presentes no quotidiano dos locais, que são o foco de interesse deste novo turista, que procura cocriar as suas próprias viagens. O turista deseja conhecer a identidade dos locais que visita.
O território aparece como palco de experiências, ao mesmo tempo que, devido aos seus atributos únicos, também se torna parte integrante da criação das experiências. 
Esta relação é cada vez mais complexa e exige, por isso, uma estruturação mais profunda do território. A palavra de ordem é planeamento. Um planeamento estratégico da oferta, que garanta o crescimento sustentado a longo prazo, assente na diversificação e na qualidade. Os diversos agentes sociais, envolvidos no fenómeno socioespacial do turismo, juntamente com os residentes, devem, assim conscientemente, redesenhar o uso do território para esta realidade que é o turismo.