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"Porto, a cidade que está na moda com turistas felizes" por Professora Doutora Ana Pinto Borges

Artigo de Opinião publicado no semanário Vida Económica

O turismo mudou a cidade do Porto nestes últimos anos e tornou-se num palco de turistas felizes. O mais recente estudo*, da autoria das investigadoras Ana Pinto Borges e Elvira Pacheco Vieira, do Núcleo de Investigação do ISAG - European Business School (NIDISAG), revelou que 90% dos turistas indicaram um elevado grau de felicidade ao visitar o Porto e que 85% encontravam-se felizes na cidade em comparação com outras visitas já realizadas. Os turistas definiram a experiência como emocionante, divertida e inesquecível, contribuindo assim para este elevado grau de felicidade. A cidade também proporciona um elevado bem-estar, na medida em que 84% dos turistas afirmaram ter a sensação que as pessoas à sua volta se encontravam felizes a visitar este destino turístico. Estes dados resultaram de 1.253 entrevistas a turistas que se encontravam a visitar o Porto, onde se incluem quase meia centena de nacionalidades diferentes, o que vem reforçar a unicidade da cidade e testemunhar o reconhecimento dos inúmeros prémios internacionais. 

Mas a felicidade tem algum preço? Costuma-se dizer que não tem preço. Com a crescente concorrência entre destinos turísticos, um dos desafios para a cidade do Porto é manter ou, se possível, aumentar, sempre de uma forma sustentável, a procura turística. Vários autores afirmam que a procura turística é influenciada não apenas por fatores económicos e sociais, mas também psicológicos. Neste contexto, quando analisados os fatores que motivaram a visita à cidade, os turistas incluídos na amostra destacaram fatores intangíveis como saborear a gastronomia e conhecer chefs portugueses (4,21 em 5), relaxar/descansar (4,15 em 5), e a importância de experimentar algo diferente (4,11 em 5), e fatores tangíveis da cidade como visitar a cidade em geral (4,43 em 5) e visitar património/monumentos/museus (4,1 em 5). 

Claro que para a cidade do Porto, o assumir desta elevada competitividade em relação a outros destinos turísticos, significa a necessidade imperiosa de continuar a atrair investidores e, para tal, torna-se imprescindível garantir-lhes condições para a obtenção de elevados níveis de remuneração do capital investido, forçosamente superior aos outros destinos turísticos rivais. E, nessa circunstância, a informação relativa à segmentação dos turistas revela-se fundamental para definição de estratégias no setor do turismo. Nesse sentido, do estudo retira-se que são os turistas com idades iguais ou superiores a 35 anos, com mestrado ou doutoramento, e os visitantes provenientes da Alemanha, Brasil e Holanda que revelaram estar mais felizes a visitar o Porto. Em síntese, destaca-se um perfil de turista adulto e altamente qualificado. 

Este conjunto de informações permite um conhecimento mais aprofundado do turista no Porto, o que aliado à mensuração de fatores intangíveis ligados à experiência turística, leva a uma melhor adaptação e criação de valor nos produtos turístico disponíveis na cidade. A criação de valor para os turistas aumenta a competitividade entre destinos e garante um número crescente de turistas. Os desafios de alguns dos stakeholders do setor passa pela definição das estratégias, que tenha como suporte diferentes fontes de informação complementares, para além das disponíveis em organismos oficiais, de forma a tornar a cidade um destino turístico de moda atemporal, sem prazo de validade, que contribua para o crescimento económico e dinamismo da cidade e da região. 

*nota: os resultados do presente artigo resultaram do estudo intitulado Emotional Intelligence, Happiness, life-satisfaction and Economic Impact of Tourism in the City of Porto (2018-2020) da autoria das investigadoras e coordenadoras do NIDISAG Ana Pinto Borges e Elvira Pacheco Vieira.